Tuesday, August 23, 2005

Coletismo Egocêntrico?

Desde cedo os coletes foram autenticas fundações da nossa nação, desde os coletes dos campinos, que cruzam andrajosamente o Ribatejo picando manadas de bovinos até aos Coletes-de-forças usados por D. Maria I, a Louca.
Depois de tantos séculos de evolução social, ninguém esperava que os coletes viessem outra vez às bocas do povo, criando uma nova febre, apenas comparável em dimensão com a dos Dot's que se colavam aos televisores, ou às febres derivadas de doenças gonorraicas tão simpáticamente espalhadas pelos nossos navegadores por todo o "mundo português", noutras eras de grandeza nacional. Este novo surto, quase de dimensões pan-epidémicas promete marcar para sempre a nossa sociedade, dando novos significados à cidadania nacional. Falo dos coletes reflectores.

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Com o cair do novo ano, a população foi tomada de assalto pela necessidade de se acompanharem por tal vistoso uniforme sempre que precisassem de sair do carro.
Os que não perceberam a notícia, ou que gostam de ter todas as novidades para as exibirem aos vizinhos no já tradicional jogo (desporto nacional?!) "o meu coiso é maior que o teu", correram em manadas para o Automóvel Clube para prontamente adquirirem os modelos homologados pela DGV.
Desde então, já se venderam coletes aos mais variados preços, desde as lojas dos chineses aos que vinham em anexo com as mais variadas públicações, da Revista Maria à Bola e encontrando-se já associado a todo o tipo de profissões, desde os trabalhadores de obras, empregradas de limpeza, seguranças, decoradores de interiores, gasolineiros, vendedores da Cais, Caixas de Supermercado...
Talvez um dia chegue mesmo a substituir o tradicional fato de treino em polyester de cores berrantes como o traje preferencial do povo português ao fim de semana.

O que torna este fenómeno ainda mais curioso é que, da população, pouca gente deve saber como o utilizarsegundo o código de estrada. Ainda hoje passei por um acidente em que ninguém estava de colete na rua, apesar de o terem bem visível no interior da viatura. Também há quem julgue que tem de exibir o colete no interior do carro para evitar as amargas multas da polícia, ou que, em caso de infortúnio rodoviário, tem de sair da viatura já com ele posto (o que deu origem a mais um volte-face: o do colete a forrar as costas do banco).
O caso mais extremo deste "coletismo desenfreado" que pude presenciar foi há algumas semanas, já ia alta a noite no IC19, quando para meu espanto ultrapasso um carro parado na berma que continha no seu interior 4 idosos de ambos os sexos, todos orgulhosamente envergando o "verdinho" enquanto esperavam por um reboque/polícia/pizza/decréscimo do IVA/ataque de marcianos (riscar as que não interessam).

Qual será a origem de todo este fenómeno? Civismo fervoroso ou será antes uma necessidade subconsciente de "dar nas vistas", no já típico egocentrismo generalizado da nossa sociedade?

"Olhem para mim! Agora brilho no escuro!"

Compro Máquina do Tempo a preço módico

Quem me conhece ao vivo e a cores não imagina como por debaixo desta aparencia fria, calculista e ligeiramente amaricada existe alguém frio, calculista, ligeiramente amaricado, mas com grandes sentimentos de nostalgia por algo que nunca viveu. Esta é mais uma história dramática de quem não pode ser o que deseja, mas com a agravante de não poder atravessar o Atlântico para cortar o que está a mais. Eu queria ser Disco dancer.

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Quem me dera poder sair para soirées dançantes, passar a noite a fazer movimentos pélvicos ritmados enquanto tento enfiar o indicador no olho de Deus. Esses sim eram os tempos...

Talvez um dia possa soltar o Bee-Gee que vive dentro de mim (preferencialmente o que tem a voz mais esganiçada)...

O 5º império vem aí, e o D. Sebastião é o John Travolta.

Há Pipis, Miúdos e Moelas

Já que toda a gente anda metida nestes caminhos da perdição blogueira, acho melhor não me deixar ficar para trás. Então cá está este novo espaço que é tão inútil como uma Rede-de-noite para bigodes ou uma garrafa de Amukina.
Aqui me proponho a falar de tudo, desde produtos da TVShop, passando por descrições promenorizadas de micoses que me vão aparecendo e sem nunca esquecer pequenos truques para apimentar a vossa vida, sejam solteiros ou casados, apaixonados ou mal-amados, sim ou não circuncisados.

Pronto, não se assustem, não vou fazer rúbricas semanais do que quer que seja. Estava apenas a tentar fidelizar leitores, envolvendo-os numa teia de temas que agradam à maioria da população nacional e deixando transparecer alguma ordem no caos que vai ser pedra fulcral deste espaço.

Não esperem posts todos os dias. Não esperem temas interessantes. Não esperem...